Internet das coisas só funciona se for tão simples como a eletricidade

26 de agosto de 2014

por Roberta Prescott

A informática tem de ser tão simples como eletricidade; ter capacidade de computar, de se comunicar e de controlar coisas. É o que Silvio Meira resumiu como computação, comunicação e controle. “Tudo é software. É importante caracterizar que o mundo digital é o que é por causa do software, não do hardware”, destacou o professor-associado da FGV e presidente do conselho do Porto Digital, ao palestrar na Secure Brasil, realizada nesta semana em São Paulo. Para falar sobre a internet de tudo ou internet das coisas, Meira explicou que o conceito deve atender a alguns requisitos básicos: estar na rede, ser sem fio e ser múltiplo, mas sendo identificável de forma única. Também deve obedecer ao princípio SFO, ou seja, que pode ser buscada, encontrada e obtida. Além disto, tem de ser imperceptível a olho nu, porque está embarcado e embutido nas coisas, e, até por causa disto, deve ter interface invisível e carregar seu próprio plano de construção, uso e reciclagem. Por fim, deve guardar ou depositar em rede o seu rastro histórico. No entanto, colocar “coisas” em rede criando um sistema significa garantir funcionalidade, disponibilidade e desempenho de forma segura. “No topo disto, é preciso ter usabilidade, resiliência e, ainda por cima, manutenibilidade, como se não bastasse ter a escalabilidade. E também olhar do ponto de vista de mercado qual é o custo e o benefício, tempo de vida, time to Market e roll out”, disse Meira, para quem o problema de segurança “nem começou a aparecer”. Uma ideia da proporção que a internet das coisas vai ter na economia e na internet fica clara ao observar que, nos últimos dez anos, foram tiradas quase 22 mil patentes para internet das coisas. A companhia com o maior número de patentes é chinesa ZTE. E, ainda que esta realidade esteja um pouco distante do Brasil, Meira deu exemplos de empresas que já estão ganhando dinheiro com internet das coisas, como Philips, Audi, Nexia Home, Jawbone, Nest e Jasper.

leia

também