OTTs fazem telcos repensarem modelo de oferta de banda larga fixa

13 de novembro de 2014

por Roberta Prescott

O alto consumo de banda impulsionado pela popularização dos serviços de vídeo online sob demanda providos pelas empresas que distribuem conteúdo por meio da internet, as OTT (over-the-top), está fazendo as operadoras de telecomunicações repensarem seus modelos de negócio. Praticamente todas as grandes telcos presentes no Brasil já se pronunciaram publicamente sobre o assunto. Para elas, cobrar por velocidade de conexão e não pela quantidade de dados consumida, que é o modelo atual para a oferta de banda larga fixa, não faz mais sentido e a “conta não fecha”. O consenso das telcos é de que a oferta desenhada na banda larga fixa lá atrás não levou em consideração o aumento exponencial do consumo de dados com o surgimento e a propagação das OTTs. A saída seria, além da velocidade de conexão, estipular franquias de uso de dados. Se levada a cabo esta mudança, o maior obstáculo residirá no convencimento do usuário, que até agora está acostumado a pagar um valor e usar à vontade.  “[As teles] deram acesso ilimitado em dados, porque tinham a muleta da VU-M, que dava receita. Deseducaram os consumidores. E agora querem fazer política anticrise e controle de danos. Tá faltando transparência, sustentou João Rezende, presidente da Agência Nacional de Telecomunicações, no VII Seminário TelComp 2014. O presidente da Anatel foi duro com as teles. “Houve um erro grave das operadoras que ofereceram acesso ilimitado sem pensar no futuro. Agora, vendo que a receita caiu estão tentando buscar uma fórmula para reverter a oferta. Entendo que a cobrança é certa, mas o consumidor precisa ser mais bem orientado. Quem criou esse monstro foram as teles. Elas têm de resolver isso de forma mais transparente”, provocou. Rezende acredita que qualquer mudança pode ocasionar uma enxurrada de reclamações no call center da agência. “O consumidor se acostumou e agora vão tirar? A estratégia precisa ser bem pensada para evitar danos maiores”, completou.

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