Pouco adotado por ISPs, protocolo MPLS beneficia provedores de Internet

24 de novembro de 2014

por Roberta Prescott

O uso do protocolo MPLS é mais comum em redes de operadoras, mas, na opinião de Thiago Carrijo Setti, do departamento de engenharia da Algar Telecom, que palestrou nesta tarde no evento PTT Fórum 8, realizado em São Paulo, os provedores de internet poderiam ter benefícios caso adotassem o protocolo.  “Como é uma tecnologia difundida e madura não tem um custo grande inicial, porque os equipamentos já vêm com este protocolo, basta habilitar”, destacou. O Multiprotocol label switching — ou computação de etiquetas de múltiplos protocolos — está na camada 2,5 e vem sendo utilizado principalmente por operadoras de telecom. “Depois do IP e do BGP, talvez seja o protocolo mais difundido nas redes atuais”, pontuou Setti. Setti defende que, ao adotar MPLS, os provedores de internet obtêm vantagens. “Hoje, nas redes IP, a comutação é lenta e não é uma rede multisserviço. Com MPLS, eles podem prestar uma infinidade de serviços em cima da mesma rede”, justificou, dando como exemplo a venda de serviços de conexão, como VPN.  MPLS foi criado, inicialmente, com a ideia de acelerar e aumentar a capacidade dos roteadores internet, roteadores IP e evitar o route lookup. No entanto, se originalmente o objetivo era aumentar a capacidade dos roteadores IP, permitindo que a velocidade do roteamento L3 fosse equivalente a L12, a evolução do hardware e chipsets modernos tornou obsoleta esta meta.  Isto, contudo, não desestimulou a adoção de MPLS. Em sua palestra, Setti deu três razões pelas quais cresce o uso deste protocolo. A primeira é a engenharia de tráfego para controlar e escolher como ele é encaminhado na rede, permitindo gerenciar a qualidade de serviço, priorização de fluxos e controle da capacidade.  A segunda é a criação de redes multisserviços, com habilidade de usar uma única infraestrutura de rede para transportar diversos serviços e protocolos (L3VPN, L2VPN, VPLS, AToM). E a terceira é a comutação rápida que permite trazer para redes IP as mesmas características que tinha nas redes Sonet/SDH.  Ao explicar o funcionamento das redes MPLS, Setti também enumerou as desvantagens. Entre elas, o técnico salientou que, ao habilitar MPLS, perde-se a capacidade de utilizar saída de forma eficiente, perde-se a simplicidade e perde-se o balanceamento de trafego em LACP.  Diferente de outros protocolos, o MPLS não tem configurações totalmente automatizadas. “Mas algumas ferramentas de mercado ajudam com esta administração, principalmente a quantidade de túneis RSVP-TE.”

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