Entidade comanda piloto para uso de white space no Brasil e busca parceria com ISP

19 de janeiro de 2015

por Roberta Prescott

A associação Whitespace Alliance está à frente de um projeto piloto em Santa Rita do Sapucai para testar o uso dos “espaços em brancos”, ou seja, faixas de frequência entre 470 MHz e 698 MHz, para provimento de banda larga. Em entrevista à Abranet, Apurva N. Mody, chairman da Whitespace Alliance, explicou que o uso desta faixa faz sentido para reduzir o custo, principalmente nas áreas rurais, para implantação de infraestrutura para atender à grande demanda por serviços de banda larga. “Nós queremos que o white space seja usado porque a demanda por espectro continua a crescer”, afirmou.  Já regulamentado em países como os Estados Unidos, Canadá, Japão e Cingapura, o white space aproveita faixas de canais de televisão subutilizados (os chamados espaços em branco) e usa esses canais vazios para fornecer acesso de banda larga sem fio. De acordo com a entidade, as poderosas características de propagação de sinais VHF / UHF os tornam ideais para uso em áreas rurais, onde a infraestrutura com fio não é rentável para implantar. Mas a maior discussão sobre o assunto está se há ou não interferência nos canais de TV.  Antes de começar o piloto, a entidade fez o levantamento de quais canais dentro da faixa poderiam ser usados. Atualmente, a Whitespace Alliance está em fase de obtenção de licença junto à Anatel para realizar os testes para usar esta frequência e prover conectividade de internet banda larga a uma escola local.  O projeto tem, segundo Mody, parceria com o Ministério das Comunicações, Anatel e Inatel. Hitachi e CPqD também estão envolvidos. “Estamos buscando um ISP local”, disse.  À espera da regulamentação, white spaces podem ser solução para aumento do alcance da banda larga via rádio porque conseguem atingir uma área maior de cobertura. Em 2010, o CPqD começou um projeto que levou ao desenvolvimento de um sistema de rádios cognitivos que usam esta frequência.  Apurva N. Mody explicou que a regulamentação deste espectro é um processo longo. Como exemplo, ele explicou que, nos Estados Unidos, os trabalhos começaram em 2004 e muitos debates ocorreram até se chegar a um acordo sobre a questão. Isto resultou na homologação de uma série de equipamentos que não causam interferência nos sinais de televisão.

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