Alta do dólar impacta projetos de redes de fibra óptica

28 de abril de 2015

por Ana Paula Lobo

Os provedores Internet sentiram a alta do dólar e a retração da economia no Brasil e reduziram seus pedidos por fibra óptica, observa o diretor Comercial da Prysmian, Reinaldo Jeronymo. Segundo o executivo, os provedores Internet foram responsáveis por bons pedidos, especialmente, no interior do país. Os ISPs detectaram que o interior do país é a alternativa para bons negócios. Muitos dos projetos são para essas áreas. Os grandes centros ficam para um outro momento, ressaltou.Apenas os provedores com acesso ao programa FINAME e ao cartão do BNDES sustentaram seus pedidos. Esses não precisaram ir aos bancos para se capitalizar, mas ainda assim, houve um cuidado maior com as aquisições, acrescenta o diretor da Prysmian. Essa redução também foi percebida nos projetos de cidades digitais. As operadoras, no entanto, mantiveram o ritmo de compras. Muito em função dos programas do governo e da demanda por banda larga, ressalta Jeronymo.A Prysmian e o CPqD anunciaram nesta terça-feira, 28/04, que vão fabricar microcabos ópticos, voltados para a demanda de banda larga. Os investimentos no projeto estão em torno de R$ 3,5 milhões, sendo R$ 1,5 milhão de recursos da Embrappi -Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, gerenciada pelo MCTI e que disponibiliza de R$ 1,4 bilhão para investir em seis anos.Na prática, o projeto já começou há três meses e está programado para levar 18 meses, até que o produto consiga homologação e certificação junto à Anatel. O CPqD entrou com laboratórios e pesquisadores. A meta é produzir um microcabo óptico que reúna 288 fibras e tenha 11,5 milímetros no máximo. Hoje, um cabo desse porte tem 18 centímetros de diâmetro. A proposta, explica Váleria Garcia, diretora de Pesquisa e Desenvolvimento da Prysmian, é de reduzir o custo da implantação em até 40% para operadoras e provedores Internet. Indagado se o microcabo óptico já é fabricado em outros países, a Prysmian admitiu que sim, mas disse que o produto que está sendo feito com o CPqD não é uma tropicalização. Não é uma customização. Não é uma adaptação simples. Não estamos fazendo copy paste. O microcabo óptico terá um desenho novo. Ele precisa se adequar às condições do Brasil. Nós mesmos já trouxemos produtos de outros países que não funcionaram aqui. Temos que pensar em clima, solo, topologia de rede e, até, na mão de obra que vai instalar esses equipamentos, completou o diretor Comercial da Prysmian, Reinaldo Jeronymo.

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