Internet no Brasil vive um período de transição

24 de setembro de 2015

por Roberta Prescott

Mais do que refletir os 20 anos da Internet comercial, o painel de abertura do II Congresso Brasileiro de Internet, realizado pela Abranet, nesta quinta-feira, 24/09, em Brasília, debateu o que esperar para o futuro da rede no Brasil. O presidente do Nic.br, Demi Getschko, advertiu que, neste momento, vive-se uma transição entre apurar as conquistas do passado e definir quais serão as melhores estratégias para o futuro. Considerado o pai da Internet nacional, Getschko afirmou que a inclusão digital vai além do fato de a população possuir um smartphone. “É muito bom que tenhamos mobilidade, mas é fundamental que a infraestrutura física leve a Internet até os lares dos brasileiros mais distantes. Os países que avançaram mais nisto têm uma grande estrutura física”, preconizou. Como representante do Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, a secretária-executiva, Emília Curi, destacou a questão da segurança, inclusive citando que o governo está buscando recursos junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para fortalecer o ambiente virtual. Não podemos expandir serviços de Internet sem pensar em segurança cibernética. Ela é a pauta número um, priorizou. Sobre a interferência do Estado,  a secretária-executiva do MCTI apontou que a Internet deve ser livre, tanto no acesso, quanto na informação. “Quando menos possível o Estado intervir, melhor. Não podemos criar estrangulamentos para o setor.” Como representante do Senado Federal, o senador Walter Pinheiro, do PT/Bahia, sinalizou que a universalização do acesso à Internet passa pela necessidade real do serviço. “Só consigo universalizar se tiver demanda. Não conheço quem vai fazer provimento, se não houver demanda”, ressaltou.    O Marco Civil da Internet - que aguarda a regulamentação - foi citado como exemplo positivo de legislação para o setor. Os painelistas ressaltaram a necessidade de a sociedade ficar atenta para qualquer mudança à Lei. “Toda hora tem alguém querendo mudar o Marco Civil da Internet, temos de ter responsabilidade para entender o que é positivo para o Brasil”, completou Fábio Souza, presidente da CCTCI-Câmara Federal. Assistam.

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