Provedores reclamam de projetos que mudam Marco Civil da Internet

25 de setembro de 2015

por Por Luis Osvaldo Grossmann*

Empresas do segmento de internet aproveitaram o II Congresso Brasileiro de Internet, realizado pela Abranet, nesta quinta-feira, 24/9, em Brasília, para criticar duramente ao que chamam de ‘ansiedade legislativa’ – a série de projetos de lei que tentam fazer modificações na Lei 12.965/14, o Marco Civil da Internet. “Precisamos de segurança jurídica. Infelizmente, a gente vê várias iniciativas tentando modificar o Marco Civil, desvirtuando-o”, disparou de início o presidente da entidade, Eduardo Parajo, dando o tom seguido até pelos representantes do Congresso Nacional presentes. “Toda hora tem alguém querendo mexer no Marco Civil da Internet. Não tem jeito de mudar a cabeça de 594 congressistas, mas temos que ter, pelo menos dentro da comissão de mérito, a responsabilidade de saber o que é importante para o Brasil”, emendou o presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, Fábio Sousa (PSDB-GO). Gil Torquato, do UolDiveo, reforçou a mensagem defendendo princípios de autorregulação. “A gente tem que combater qualquer tipo de limitação que se possa estabelecer, de forma jurídica ou de qualquer outra forma, ao desenvolvimento do setor”, afirmou. No momento, o que mais chama a atenção é o PL 215/15, que tem como marca aumentar penas de crimes contra a honra quando cometidos com o uso da rede mundial, mas que traz consigo propostas apensadas, entre elas o PL 1589/15, da deputada Soraya Santos (PMDB-RJ), que dispensa a ordem judicial para que “autoridade policial ou o Ministério Público” acessem dados dos internautas. O texto está na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e por acordo firmado nesta semana – depois de sete adiamentos – o projeto será votado na próxima quarta-feira, 30/9. Na véspera, deve ser realizada uma audiência pública para debater o PL.

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