Leilão de sobras: abrangência municipal barateia custo de infraestrutura

22 de outubro de 2015

por Roberta Prescott

A faixa de 3,5 GHz ficou fora do leilão de sobras que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) fará em dezembro. A decisão foi deliberada na reunião do Conselho Diretor da Anatel, realizada ontem (22/10) e incluiu apenas sobras de radiofrequências nas faixas de 1,8 GHz, 1,9 GHz, 2,5 GHz. A faixa de 3,5GHz, como já era esperado, ficou de fora por conta dos riscos de interferência na recepção de antenas parabólicas, na mesma vizinhança do espectro. Em entrevista para a Abranet antes da publicação do edital, João Paulo Bruder, gerente de Telecom da IDC Brasil, havia dito que seria uma pena a faixa de 3,5 GHz ficar fora do leilão. A explicação dele é que, ainda que a frequência não seja tão potente para áreas altamente adensadas, a faixa de 3,5 GHz viaja mais longe e cobre melhor um raio maior, sendo alternativa para áreas menos construídas. “Esta é a característica dos municípios brasileiros”, pontuou. Apesar de a faixa de 3,5 GHz ter ficado de fora, a Anatel espera atrair provedores de Internet para os lotes de abrangência municipal que não exigem garantia. Neles, vence a proposta com maior preço inicial, sem repiques, e o pagamento é de 10% à vista, mais dez parcelas iguais anuais, a partir do terceiro ano. Os juros são IGP-DI mais 0,25% ao mês.  Para Bruder, a abrangência municipal das licenças “é ótimo para os provedores de Internet”, eu podem atender a área com um custo menor de infraestrutura. “Para um ISP municipal, faz todo o sentido. Ele monta uma torre e atende a região”, disse, lembrando que o custo da torre tende a ser menor que passar fibra ótica.    Já na opinião de Renato Pasquini, diretor de TICs da Frost & Sullivan para América Latina, a faixa de 3,5 GHz teve importância maior quando o WiMAX ainda se mostrava uma opção ao LTE. “Hoje, é muito difícil competir com as móveis”, afirmou.  

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