Economia está em recuperação, mas ritmo ainda é lento

23 de abril de 2018

por Por Roberta Prescott*

A economia brasileira está voltando a crescer, depois de passar por uma fase de recessão. No entanto, o ritmo deste avanço ainda é lento. Durante a Convenção Abranet 2018, evento que reuniu 100 empresas de Internet entre os dias 17 e 20 de abril, na Bahia, o economista Alexandre Schwartsman deu um panorama sobre o cenário econômico brasileiro. Vemos uma trajetória de recuperação, depois de uma das piores crises que passamos nos últimos 30, 40 anos. A saída para estas recessões longas é lenta, disse, em entrevista à Abranet.De acordo com Schwartsman, os sinais são de que economia avança, mas não em um ritmo extraordinário. Estou na expectativa de termos crescimento na ordem de 2,5% para 2018. É um crescimento razoável, mas não recupera o que foi perdido de 2014 para cá. A recuperação em curso tem sido muito puxada pelo lado do consumo, que está reagindo, seguindo uma melhora de massa salarial e de juros mais baixos. O economista alertou que a retomada ainda está, contudo, condicionada ao que vai acontecer na eleição, porque o Brasil ainda tem pela frente uma agenda de reforma muito extensa. Questionado sobre o setor de internet, Schwartsman lembrou que o segmento conseguiu ter um desempenho bom, apesar da recessão.  Dólar A cotação da moeda dos Estados Unidos é sempre uma preocupação para os provedor de internet, uma vez que boa parte dos insumos é comprada em dólar. Schwartsman não acredita em uma explosão da cotação e disse que as variações recentes refletem uma piora no cenário político do País e a dificuldade de fazer avançar a reforma previdenciária. Não trabalho no cenário que o dólar vá explodir. Acho muito remota esta chance, porque, se for olhar, as contas externas estão redondas, tem quantidade de reserva internacional que dá colchão de segurança grande e o País não tem endividamento grande em dólar, justificou.  A necessidade de o Brasil passar a reforma da previdência pontuou boa parte da palestra de Schwartsman, que defendeu urgência na aprovação. Somente o ponto de vista do governo federal, mais da metade do gasto público está ligado à questão previdenciária. São mais de 40% de INSS; 12% a 13% aos funcionários aposentados. Se não mexer, não sobra espaço para outros programas. Assistam a entrevista.

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