Desenvolver programa de IA responsável é o caminho que empresas devem seguir

07 de junho de 2023

por Redação da Abranet

Desenvolver programa de IA responsável é o caminho que empresas devem seguir
Apenas 28% dos 2.700 líderes globais entrevistados para um estudo do Boston Consulting Group (BCG)  afirmaram estar totalmente prontos para as leis e regulações de inteligência artificial que estão por vir. Segundo a análise do BCG, a melhor forma para o mercado se preparar para esse futuro da IA é por meio do desenvolvimento de um programa de inteligência artificial responsável (RAI, na sigla em inglês), uma iniciativa que teria como objetivo garantir o uso ético da tecnologia, considerando seus impactos nos negócios e pessoas, além de facilitar a governança dos sistemas. Uma RAI, diz o BCG, deve ter foco em um conjunto de princípios como responsabilidade, transparência, privacidade e segurança, para, assim, ter uma diretriz clara para que os algoritmos sejam desenvolvidos e implementados de forma equitativa e inclusiva.   De acordo com Henrique Sinatura, diretor-executivo e sócio do BCG, um programa de IA responsável deve ser visto como um mecanismo de inovação, que aprimora o desempenho da tecnologia e estabelece ciclos de melhorias e de revisão, que ajudam a prevenir falhas ao levantar preocupações que envolvem a tecnologia. Empresas que compreenderem esse conceito e tratarem as regulamentações como oportunidade, em vez de um obstáculo, podem se destacar no mercado, afirma ele. De forma geral, o BCG conclui que existem cinco princípios em comum em empresas que desenvolveram um programa de IA responsável bem-sucedido. São eles: Liderança de RAI emponderada: os líderes de um projeto de RAI precisam desempenhar um papel crítico na manutenção das iniciativas no caminho certo. Para terem sucesso, eles ainda precisam ser colaborativos e devem contar com uma equipe multifuncional (representando unidades de negócios, bem como os departamentos jurídico, de RH, de TI e de marketing) para projetar e liderar programas RAI. Por isso, os relacionamentos são essenciais para a liderança, dando suporte para implementar os programas da RAI em toda a organização. Construir e fomentar uma estrutura ética de IA: no centro da RAI está um conjunto de princípios e políticas que devem ser incorporados à cultura e às políticas da empresa. Isso estabelece uma base que faz com que seja mais fácil a empresa se adaptar caso surjam regulamentações específicas, pois ela já pratica esses princípios. Assim, mitiga o risco de prejudicar metas e investimentos. Humanos na IA: a maioria dos regulamentos de IA atuais e que estão sendo propostos exigem uma forte governança humana, o que se alinha com um princípio central da RAI: envolvimento humano em processos e plataformas de inteligência artificial. A pesquisa aponta que quase dois terços dos respondentes acreditam que é importante projetar sistemas de IA que aumentam a capacidade humana, e não a sua substituição - e eles já estão aplicando esse princípio. Ferramentas e métodos para revisão: a IA responsável abrange o ciclo de vida de um sistema de inteligência artificial e a sua meta é detectar e resolver problemas o quanto antes, além de manter a atenção aos riscos durante e após seu lançamento. O primeiro passo para isso é garantir a revisão constante de que os princípios básicos do RAI, como transparência e inclusão, estejam integrados nos processos para construir e trabalhar com algoritmos. Para as organizações, a grande vantagem de se investir nesse monitoramento está na possibilidade de ter mais credibilidade diante de governos e clientes. Participar do ecossistema de RAI: na pesquisa do BCG foi apontado que quase 90% das empresas contribuem ativamente para um grupo de trabalho de inteligência artificial responsável. Essa é uma estratégia válida que promove a colaboração e o compartilhamento de informações, o que pode ajudar direcionar o desenvolvimento das melhores práticas nos projetos. Além disso, o ecossistema RAI é vasto e está crescendo rapidamente, tornando-se um lugar para encontrar parceiros, clientes, organizações e fóruns que podem ajudar a desenvolver e dimensionar casos de uso de IA.

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