Brasil vira referência para o FMI por Pix, open finance e real digital

02 de agosto de 2023

por Redação da Abranet

Brasil vira referência para o FMI por Pix, open finance e real digital
O conselho executivo do Fundo Monetário Internacional concluiu a consulta de 2023 ao abrigo do Artigo IV com o Brasil. Além de tecer comentários à conduta econômica do Brasil, eles elogiaram as iniciativas bem-sucedidas no sistema de pagamento instantâneo Pix e no ambiente open finance, bem como os planos para o Real Digital. Em nota, os diretores ressaltaram a importância de estar atento aos possíveis riscos à estabilidade financeira relacionados à digitalização e também enfatizaram a necessidade de administrar cuidadosamente um papel maior dos bancos públicos para mitigar os riscos para a sustentabilidade fiscal e a transmissão da política monetária. Os diretores elogiaram as prioridades de reforma estrutural das autoridades com foco no aumento da produtividade, redução da informalidade e promoção do crescimento verde. Eles enfatizaram a necessidade de esforços contínuos para fomentar a inovação, a integração comercial e a competitividade, atualizar o investimento e as habilidades e promover uma maior participação feminina na força de trabalho. Esforços contínuos para fortalecer a eficácia das estruturas anticorrupção e ABC/CFT também é importante, apontou o documento. Observando o papel proeminente do Brasil nos esforços internacionais para enfrentar os desafios da mudança climática, os diretores saudaram os planos para fortalecer a resiliência climática, deter o desmatamento ilegal e descarbonizar a economia. O FMI afirmou que, após os primeiros meses de 2023, houve crescimento sustentado por uma produção agrícola muito forte, enquanto a manufatura e os serviços foram moderados, espera-se uma maior moderação do crescimento no resto do ano. A inflação nominal diminuiu rapidamente em relação ao pico do ano passado, mas o núcleo da inflação permanece elevado e as expectativas de inflação estão acima da meta. O aperto nas condições financeiras foi parcialmente compensado por uma ampliação estrutural do crédito em alguns setores, disse o conselho Segundo o FMI, o crescimento projetado é moderado de 2,9% em 2022 para 2,1% em 2023 e, em seguida, atingir a taxa potencial estimada da equipe no médio prazo. A inflação nominal deve atingir 5,4% até o fim de 2023 e convergir para a meta em meados de 2025, enquanto a inflação básica deve cair mais gradualmente. Espera-se que a conta corrente caia para cerca de 2,3% do PIB este ano e permaneça estável no médio prazo. Na frente externa, o FMI apontou para riscos negativos que incluem uma desaceleração global abrupta, um aperto acentuado das condições financeiras globais e volatilidade dos preços das commodities. No âmbito doméstico, os riscos decorrem principalmente da retomada da incerteza fiscal e da inflação mais persistente. Consolidação fiscal mais ambiciosa; aprovação e implementação da reforma dos impostos indirectos; e as oportunidades de crescimento verde trazem riscos positivos, detalhou o documento.  Avanços recentes na agenda legislativa — com a reforma tributária, o novo arcabouço fiscal e o fortalecimento da revisão administrativa das disputas tributárias avançando a passos largos — enviam, segundo o FMI, um sinal positivo, além de um sistema financeiro sólido, reservas cambiais adequadas, grandes reservas de caixa do setor público e um regime cambial flexível que sustentam a resiliência. Os diretores executivos observaram que a atividade econômica do Brasil está convergindo para níveis potenciais. Os diretores observaram os riscos negativos relacionados ao ambiente externo incerto, mas muitos enfatizaram que o equilíbrio dos riscos mudou, com os riscos domésticos agora inclinados para cima. Nesse contexto, incentivaram as autoridades a continuar com seus esforços de consolidação fiscal e estabilização de preços, ao mesmo tempo em que sustentam sua agenda de reformas estruturais para promover uma economia sustentável, inclusiva e verde. Os diretores acolheram com satisfação o compromisso das autoridades de melhorar a posição fiscal para manter a sustentabilidade da dívida e apoiar o esforço de desinflação da política monetária. Eles encorajaram as autoridades a buscar um esforço fiscal ambicioso para colocar a dívida em uma trajetória declinante, apoiada por uma estrutura fiscal aprimorada, uma base tributária mais ampla e reformas de gastos e a proposta de reforma dos impostos indiretos e os planos para reformar os impostos diretos e simplificar os gastos tributários, observando que a mobilização de receitas adicionais ajudará a garantir a sustentabilidade fiscal e criar espaço para gastos prioritários. Alguns diretores observaram que a avaliação da sustentabilidade da dívida pode ter sido excessivamente pessimista nos últimos anos. Os diretores também elogiaram a resposta proativa da política monetária do banco central consistente com a estrutura de metas de inflação e a decisão de adotar uma meta de inflação contínua.  

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