Startups fazem a diferença no Brasil e no mundo

25 de setembro de 2023

por Ana Paula Lobo, de Touros, RN

Startups fazem a diferença no Brasil e no mundo
A Liga Ventures, do diretor da Abranet, Telmo Teramoto, fez um estudo onde mapeou a existência de cerca de 50 mil startups brasileiras, sendo que destas, cinco mil são muito saudáveis financeiramente e com muito potencial de serem adquiridas. Para Teramoto, o Brasil alcançou uma maturidade nos negócios de startups, com muitas sendo criadas para atender apenas o mercado externo.  O desafio, agora, é que as soluções criadas possam ser usadas por médias e pequenas empresas. Há muitas de Inteligência Artificial permitindo a oferta por serviço e muitas startups têm sede de mostrar os seus serviços às PMEs, detalhou Teramoto. Único brasileiro no conselho da AAMA Advanced Air Mobility Association, o diretor da Abranet e da Kerax Telecom, Evair Galhardo, observou que todo mundo quer falar sobre inovação, todo mundo quer um serviço inovador, mas há facetas para serem levadas em conta, entre eles o risco. Mas não tem como negar: a inovação desempenha um papel no avanço da sociedade e no crescimento econômico.  Com relação à EVE, que hoje vale mais na Bolsa de Nova York do que a sua dona, a Embraer, mesmo sem ter um carro pronto para ser vendido, Galhardo conta que a infraestrutura de telecomunicações será essencial para o sucesso, seja o 5G, o Wifi7 e o 6G quando chegar.  O Eve é parecido com um helicóptero e vai andar curtas distâncias, no máximo 100 Km. Mas como o Uber deu a chance de as classes menos ricas de andar de táxi, o Eve vai ser muito mais barato do que os helicópteros, uma vez que a corrida tem custo projetado entre US$ 50 a US$ 100, inicialmente, destaca.  O Governo dos Estados Unidos abraçou a ideia do Eve, tanto que está investindo na capacitação das cidades para esse mundo novo dos carros voadores. Mas como em toda a área de tecnologia, o projeto padece da falta de mão de obra especializada. Tem de capacitar mais gente para entender da tecnologia, relata. Uma empresa brasileira, inclusive, já comprou 500 veículos para colocar em operação no Rio de Janeiro, tão logo o equipamento fique comercial. Eduardo Neger, ex-presidente da Abranet e dono das Neger Telecom, contou a sua história com os bloqueadores de celulares, no próprio Rio Grande do Norte. O projeto padeceu com a falta de pagamento do Estado e com a rebelião provocada pelos detentos, que ganhou a atenção de todo o Brasil.  A reação foi enorme. Houve a rebelião no presídio de Alcaçuz, em Nísia Floresta. Antenas foram incendiadas, os cabos foram cortados, foi muito complicado. E o estado não pagou. Tivemos de desmontar todos os equipamentos instalados, relatou. Mas, desse desmonte veio a inovação. Um dos funcionários da Neger Telecom percebeu que uma antena invertida permitiria bloquear drones, ainda incipientes no Brasil, mas um negócio de oportunidade. Foi um sucesso, que fizemos um spin-off, a DroneControl, que já instalou os bloqueadores em vários lugares do Brasil e também fora, como no Canal do Panamá. Foi na contabilidade do prejuízo dos bloqueadores de celulares, que desenvolvemos um novo produto e serviço para a empresa, relatou. Para Neger, a história prova que o caminho da inovação não é tão agradável e florido e que é necessário ter a sensibilidade de aproveita as experiências para em cima do negativo criar o positivo, mas também entender o momento de sair de um negócio e repensar toda a sua estratégia.

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