Ao começar a falar sobre crédito rotativo e parcelado sem juros, em palestra no Fintouch,  evento focado em fintechs do Brasil, realizado pela ABFintechs (Associação Brasileira de Fintechs), Renato Dias de Brito Gomes, diretor de organização do sistema financeiro e de resolução do Banco Central, apontou que há oportunidade para a expansão do BNPL — sigla em inglês para buy now pay later, uma modalidade de crédito e parcelamento que ganhou holofotes nos Estados Unidos — e as fintechs podem fazer a diferença neste mercado.  Segundo ele, a oferta de BNPL poderia coordenar descontos à vista com boas oportunidades de crédito baseadas no histórico do cliente via open finance e protegido por garantias, como consignado e investimentos. Ele defendeu que há espaço para mais ganhos de eficiência via discriminação de preço com menos intermediários levando a um ganho maior para todos.    “Nós acreditamos, no Banco Central, que há muito espaço para a grande eficiência via discriminação de preços e isso é uma provocação, porque quem entende de negócios são vocês e eu acredito que vocês [fintechs] podem muito nos ajudar em resolver esse imbróglio regulatório, quando as fintechs entrarem no mundo de parcelamento, de BNPL e convencer o lojista a dar desconto à vista”, assinalou.   Para Gomes, as fintechs têm muito a ajudar os lojistas não apenas na gestão financeira do lojista, mas também para prover crédito ao cliente. Há grande potencial para que a tecnologia entre nesse mercado e resolva esse problema regulatório, que que é dificílimo e tem toda a sorte e interesses. E que a ajude a sociedade a garantir que o parcelamento continue acontecendo, que é tão importante para o consumo. O diretor do BC também questionou por que o comércio não intensifica o desconto à vista. “O parcelamento é usado para transação de maior volume e, hoje, se um lojista oferece parcelamento sem juros em seis vezes, ele vai pagar de 13% a 20% do valor, mas, muitas vezes, oferece o parcelado sem juros sem dar um desconto à vista”, assinalou.