O Brasil ainda conta hoje com 15% de seu território sem qualquer tipo de conectividade. Esses números são mais fortes na região Norte, que tem 20% de sua área – ou 400 municípios – sem qualquer cobertura. Em um painel realizado nesta quarta-feira, 4/10, no Futurecom 2023, o vice-presidente da Abranet, Jesaias Arruda, falou sobre os desafios a serem enfrentados para atender a esta demanda. Arruda conhece bem o cenário. Ele é gerente de Infraestrutura das Lojas Bemol, uma das mais tradicionais da Região Norte e criou serviços de internet para atender a população a partir das unidades comerciais. Não por acaso, é bom lembrar que o Amazonas soma 62 municípios, apenas dez são acessados por rodovias e 12 não têm qualquer tipo de conexão. Isso significa que a infraestrutura de conectividade – seja fibra ou satélite – deve chegar a estes locais com o uso de barcos, ou com a passagem de fibra pela selva e pelos rios. É exatamente isso que vem ocorrendo por meio do projeto Starlink, que vem utilizando satélites de baixa conexão para levar conectividade às comunidades mais distantes da Região Norte; e do projeto Norte Conectado, por meio do qual o governo federal promete implementar, até o final de 2026, oito infovias integrando toda a região. O primeiro já vem sendo utilizado para levar conectividade a comunidades yanomami e a cidades onde, até bem pouco tempo, não havia qualquer tipo de conexão. Somente em Roraima, hoje, há mais de duas mil antenas do projeto ativas. Já o Norte Conectado deve receber cerca de R$ 1,3 bilhão em investimentos, impactando diretamente 10 milhões de habitantes de 59 municípios da região. Jesaias Arruda comentou as oportunidades que estes projetos estão criando e os impactos sociais e econômicos que já começam a ser sentidos.