Ativos verdes e sustentabilidade impulsionam tokenização no Brasil

01 de julho de 2024

por Roberta Prescott

Ativos verdes e sustentabilidade impulsionam tokenização no Brasil
A moeda digital brasileira Drex representa um grande impulsionador do mercado, tendo trazido, desde o ano passado, uma nova dinâmica e acelerado modelos de negócios dentro do ecossistema que utiliza tokenização. A avaliação foi feita por Regina Pedroso, diretora-executiva da ABToken, Associação Brasileira de Empresas Tokenizadoras e Blockchain e CEO da Iusto, ao participar do painel “Tokenização de ativos traz possibilidades para além do mercado financeiro”, no Febraban Tech 2024, maior evento de tecnologia bancária da América Latina. Mas há desafios a serem vencidos — e o primeiro deles é regulatório, para que as empresas possam operar com segurança jurídica. “Estamos em um momento de construção de novas normas e legislação, então, o regulador, o Banco Central, já fez uma primeira consulta pública no início deste ano e, no segundo semestre, promete convocar o mercado para uma segunda consulta pública. Devemos esperar para 2025 novas leis que tragam segurança e transparência para as operações no mercado”, disse.  Atualmente, muitas empresas estão dentro do sandbox da CVM e atuando no que é possível dentro do cenário regulatório, já tendo produtos e serviços tokenizados no mercado.  Casos de uso  De acordo com Regina Pedroso, entre as grandes apostas para o mercado tokenizado estão os ativos verdes que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) promete regular, o que inclui créditos de carbono e certificados ambientais. “Isso vai trazer transparência e robustez para o investidor. O Brasil tem potencial natural para a sustentabilidade. Ativos florestais passam pela tokenização, pelo blockchain, e o rastreio para trazer segurança para a cadeia de sustentabilidade, para ASG”, explicou.   A CVM está trabalhando na regulação deste setor. “São valores mobiliários que devem ser negociados dentro de uma bolsa; e isso vai trazer muita segurança para o investidor e fomentar o mercado”, afirmou na entrevista.   Outros exemplos incluem tokenização de música, de títulos precatórios, que precisam ter maior liquidez; de matrículas imobiliárias para atrelar o histórico do imóvel ao título de propriedade; e de tokenização de commodities. “São casos de uso que provam que a tecnologia é interessante para o mercado”, assinalou.    A líder da ABToken aposta que 2025 terá um cenário completamente diferente em tokenização, sendo mais célere e positivo. Neste ano, o momento é de investir, de testar, de validar e de colocar os produtos para rodar. “O ciclo de aprendizado leva um tempo. Agora, as empresas têm de testar a adoção da tecnologia para entender as questões regulatórias; e a aposta são várias”, analisou. 

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