Fintechs concedem R$ 21,1 bilhões em crédito em 2023

08 de julho de 2024

por Redação da Abranet

Fintechs concedem R$ 21,1 bilhões em crédito em 2023
Fintechs concederam R$ 21,1 bilhões em crédito em 2023, volume que representa um aumento de 52% em relação ao ano anterior. Os números são da Pesquisa Fintechs de Crédito Digital 2024, realizada entre a Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD) e a PwC Brasil.  De acordo com a quarta edição do estudo, o resultado pode ser atribuído à resiliência e também à capacidade de adaptação das empresas do segmento, mesmo diante de um momento econômico adverso, marcado por uma taxa básica de juros alta — a Selic começou o ano em 13,75%, encerrando em 11,75%. O estudo apontou ainda que as fintechs conseguiram reduzir os juros cobrados em sete categorias de crédito para pessoas físicas. O cartão de crédito rotativo oferecido pelo setor apresentou juros de 242,4% ao ano, enquanto a média nacional, divulgada pelo Banco Central, atingiu 440,8% ao ano. O estudo sugere que a diferença pode refletir a maior eficiência operacional das empresas e o uso da tecnologia para aprimorar a gestão de riscos e oferecer condições mais favoráveis aos consumidores. Quanto à oferta para clientes PJ, entre 2020 e 2023, houve uma redução nas taxas de juros para crédito com e sem garantia, movimento que indica que, apesar das taxas mais elevadas do que a média do mercado, as fintechs têm conseguido reduzir os juros para este segmento ano a ano, possivelmente devido a uma melhoria na avaliação de risco ou eficiência operacional.  Uma das conclusões é de que o setor se mostra mais competitivo do que o mercado em geral em algumas categorias de crédito para PJ, cobrando taxas de juros menores no cheque especial e no rotativo do cartão de crédito, por exemplo. O levantamento indica um contexto de forte demanda por soluções de crédito digital. Entre 2022 e 2023, as empresas do setor registraram crescimento de 79% no número de clientes pessoas físicas, chegando a 46,7 milhões no Brasil e cerca de 7 milhões no exterior. Entre as empresas, 58% das fintechs de crédito ouvidas classificam-se como consolidadas, registrando faturamento anual ou investimento total acima dos R$ 20 milhões, um aumento de dez pontos percentuais desde 2022. Atualmente, 35% das fintechs de crédito têm mais de 150 funcionários, aumento de quatro pontos percentuais em relação ao ano anterior. Ainda segundo o relatório, o avanço das fintechs de crédito em 2023 esteve mais alinhado ao crescimento orgânico do que ao lançamento de produtos, o que sugere que as empresas, enquanto expandiram sua base de clientes e suas operações, também inovaram para captar novos segmentos de mercado. Além disso, o percentual de empresas que ofertam soluções tanto para clientes pessoa física quanto pessoa jurídica voltou a crescer no ano passado, chegando a 42%, um incremento de 17 pontos percentuais em relação a 2022; quase metade das fintechs pesquisadas (46%) já têm a licença do Banco Central para operar como Sociedades de Crédito Direto (SCD) ou Sociedades de Empréstimo entre Pessoas (SEP), em comparação com apenas 11% em 2019. E 8% das empresas estão aguardando a liberação de licenças já solicitadas. Já a proporção de fintechs que atuam como originadores de crédito permaneceu estável, indicando um papel consolidado dessa função no ecossistema de crédito digital. E, mesmo que os correspondentes bancários e as SCD continuem sendo os principais modelos adotados pelas fintechs, há uma tendência clara de diversificação e crescimento em outros modelos, como as instituições de pagamentos, as SEP e as Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (SCFI), padrão que indica uma evolução no mercado para atender às diferentes demandas de consumidores e empresas.

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