A Anatel avança na revisão da decisão de destinar toda a faixa de 6GHz para o WiFi. A área técnica já encaminhou ao Conselho Diretor uma proposta de que essa fatia do espectro também permita aplicações móveis, de olho no uso pelo 5,5G e 6G. Para empresas de internet, no entanto, essa medida é temerária e prejudica a competição, além de limitar aplicações em banda larga fixa. O tema foi discutido durante a Futurecom 2024. “Para viabilizar a banda larga fixa no Brasil, precisa de toda a faixa de 6GHz, porque no WiFi 7 temos portadoras de 320 MHz. Se tivermos apenas metade do espectro alocado, não vamos conseguir ter mais de uma portadora. E se temos apenas uma portadora, não temos como fazer o reuso da frequência e dois sistemas de WiFi 7 adjacentes vão provocar interferência um no outro”, afirma o diretor da Abranet, Eduardo Neger.   “Consequentemente, não haverá acesso às tecnologias com desempenho máximo, com a melhor latência, maior confiabilidade e as melhores aplicações de realidade virtual, telemedicina, usando o WiFi 7”, emendou Neger. “WiFi 7 é banda larga fixa. Se o usuário tem essa limitação de desempenho, vamos privar a banda larga fixa de algumas aplicações. E isso desequilibra a competição. E a possibilidade de convivência, com WiFi indoor e IMT outdoor, nos deixa um pouco céticos, porque tem problemas de interferência.” Assista a entrevista com Eduardo Neger.