Associações de empresas se manifestam contra mudança no Marco Civil da Internet

09 de dezembro de 2024

por Abranet

Associações de empresas se manifestam contra mudança no Marco Civil da Internet

Entidades setoriais de Internet, Software e Direito Digital divulgaram nesta segunda, 9/12, uma carta pública em que pedem cautela ao Supremo Tribunal Federal no julgamento sobre o artigo 19 da Lei 12.965/14, o Marco Civil da Internet.

“Qualquer mudança no modelo atual de responsabilidade por remoção de conteúdos no ambiente digital deve ser cautelosa, preservando direitos fundamentais”, diz a nota assinada pela Associação Brasileira das Empresas de Software – ABES, Associação Latino-Americana de Internet – ALAI, Câmara Brasileira da Economia Digital - camara-e.net, Confederação das Associações das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação – Assespro, Conselho Digital e Movimento Inovação Digital – MID.

Para essas entidades, a mudança defendida pelo relator de um dos processos sobre o tema, o ministro José Dias Toffoli, que propôs a inconstitucionalidade do artigo 19, e a responsabilidade objetiva das plataformas digitais vai “obrigar as plataformas a um processo de monitoramento, o que seria uma grave violação a direitos fundamentais”.

“Os parâmetros propostos para a responsabilização reduziriam a segurança jurídica e aumentariam a judicialização, dificultando ainda mais o funcionamento de diversos setores e podendo gerar um espaço para indústrias de notificação extrajudicial em diferentes campos. Caso esse modelo prevaleça, o Brasil pode adotar um regime inédito entre democracias consolidadas, com consequências graves para a liberdade de expressão, a inovação, pequenos empreendedores, e a inclusão digital”, diz ainda a nota.

Para as entidades, a interpretação e a solução proposta “não refletem a diversidade de modelos que existem no Brasil hoje” e que “por isso, é fundamental refletir sobre como a decisão afeta uma ampla diversidade de serviços que sustentam o dia a dia da sociedade brasileira, como marketplaces, streamings, plataformas de mobilidade, educação e saúde”.

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