Peter Wood, da TeleGeography: Trânsito IP no Brasil é barato

16 de dezembro de 2024

por Por Roberta Prescott

Peter Wood, da TeleGeography: Trânsito IP no Brasil é barato

O Brasil representa mercado principal na América Latina em termos de conectividade, destacou TeleGeography, em sua palestra na 18ª edição do IX Fórum, evento promovido pelo Brasil Internet Exchange (IX.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), e pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). “A conectividade não é uma coisa isolada e o Brasil é um caso muito interessante”, disse Peter Wood, analista-sênior de pesquisa da TeleGeography. 

O analista mostrou a importância das rotas de conectividade entre Brasil e os Estados Unidos e apontou que as rotas com América Latina vem aumentando seu papel. Também falou sobre os investimentos na infraestrutura dentro do Brasil, destacou que o custo do trânsito IP no Brasil é barato e ressaltou São Paulo como a cidade mais conectada da América Latina e a 21ª do mundo. 

Em termos de largura de banda, a região da América Latina, nos últimos quatro ou cinco anos, tem apresentado uma taxa composta de 35% de crescimento entre 2019 e 2023, um porcentual acima de países como EUA e Canadá — o que está dentro da normalidade, já que são países mais estabelecidos — e em linha com os 36% de CAGR no mundo no mesmo período. O Brasil teve taxa de 31%. Isso mostra que a conectividade cresceu menos rapidamente em mercados mais estabelecidos. 

Falando sobre cabos submarinos, o Brasil ainda apresenta forte dependência com os Estados Unidos. Peter Wood ressaltou que novos cabos submarinos estão planejados para atender ao Brasil, tais como Firmina (RFS 2025), Festoon entre Belém e Fortaleza (2025) e as infovias  02 (2025) e 04 (2024+). 

Os investimentos são necessários, tendo em vista que, o tráfego entre Brasil e os EUA bateu 73,7 Tbps em 2023, o que representa 30% CAGR entre 2019 e 2023. “Muitos cabos estão sendo criados por OTTs e no Brasil os cabos das infovias vão aumentar a qualidade e a disponibilidade em regiões do Brasil que historicamente estavam defasadas”, destacou. 

O analista frisou o papel de provedores de conteúdo liderando investimentos em cabos submarinos, algo que não era comum há dez ou doze anos atrás. Isso decorre do aumento da demanda por conteúdo.  No entanto, na AL, os provedores de conteúdo dominam menos que em outras regiões.

De fato, a região é mais provida por backbones de provedores de internet que de conteúdo. “A presença de OTTs aumenta o suprimento de banda de largura. Isso contribui à erosão de preços no mercado”, afirmou. 

Falando sobre o preço médio para 100 Gbps, Peter Wood apontou que o valor cobrado Miami–São Paulo no terceiro trimestre de 2024 foi de US$12.177, uma redução de 24% na taxa de crescimento anual composta 2021—2024. Além disso, apontou que o múltiplo de 10 Gbps agora é 3 vezes, abaixo das 5,6 vezes do terceiro trimestre de 2021. 

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