Seu cérebro precisa ser mais experimental, menos perfeccionista

01 de abril de 2025

por Redação The Shift

Seu cérebro precisa ser mais experimental, menos perfeccionista

Em vez de perseguir objetivos lineares e rígidos, por que não se comprometer com a experimentação e cultivar a curiosidade para enfrentar a incerteza? Basicamente, essa é a proposta da neurocientista Anne-Laure Le Cunff, autora de “Tiny Experiments: How to Live Freely in a Goal-Obsessed World”. Neste vídeo, ela explica conceitos como cérebro maximalista e por que ter um mindset experimental pode mudar sua vida e trazer mais felicidade.

“Quando queremos nos exercitar, decidimos que temos que ir à academia todos os dias. Se queremos começar a escrever, decidimos que vamos escrever um livro. O problema do cérebro maximalista é que ele frequentemente leva ao abandono dos projetos porque eles se tornam grandes demais”, afirma a neurocientista.

A alternativa, segundo Le Cunff, é adotar uma mentalidade experimental, em que o foco está na descoberta e na diversão em vez de no resultado final. Essa mentalidade permite transformar a vida em uma série de pequenas experiências que geram aprendizado contínuo. “Quando você está rodando um experimento pequeno, não está tentando fazer algo grandioso; está apenas tentando aprender algo novo”, explica.

O cérebro maximalista: quando o excesso paralisa 

Vivemos em uma sociedade que valoriza a produtividade e o alcance de metas ambiciosas. Para muitos, isso resulta em uma sobrecarga cognitiva, na qual a busca constante por desempenho máximo leva ao esgotamento e à frustração. Le Cunff explica que esse fenômeno está relacionado ao que ela chama de “cérebro maximalista” — a ideia de que cada novo projeto deve ser o mais grandioso possível.

A alternativa, segundo Le Cunff, é adotar uma mentalidade experimental, onde o foco está na descoberta e na diversão em vez de no resultado final. Essa mentalidade permite transformar a vida em uma série de pequenas experiências que geram aprendizado contínuo.

 

Cultivando a mentalidade experimental 

Para cultivar uma mentalidade experimental, é necessário primeiro observar a situação atual e formular uma pergunta de pesquisa. A partir daí, projeta-se um experimento simples e executável, estabelecendo uma duração clara e um objetivo específico. A prática dos pactos se destaca como uma ferramenta essencial nesse contexto. Ao invés de prometer resultados grandiosos, um pacto propõe uma ação modesta, mas repetida e monitorada, como forma de aprendizado.

Um exemplo pessoal da autora é o pacto que fez para publicar um vídeo por semana até o final do ano. Apesar de alcançar um bom número de seguidores e comentários positivos, Le Cunff percebeu que a experiência de gravar vídeos não lhe trazia satisfação interna. “Percebi que o canal estava crescendo, mas eu odiava o processo de gravação. Sentava-me diante da câmera com ansiedade e procrastinava ao máximo”, relata. Esse contraste entre resultados externos e sentimentos internos reforça a importância de considerar tanto métricas objetivas quanto sensações subjetivas ao avaliar o sucesso de um experimento.

 

Desconstruindo o modelo linear de sucesso 

Um dos pontos mais importantes na visão de Le Cunff é a crítica ao modelo linear de sucesso, que pressupõe uma sequência clara e ininterrupta de etapas rumo a um objetivo final. Esse modelo ignora a fluidez da vida moderna, onde circunstâncias e interesses mudam rapidamente. Ela propõe que as pessoas adotem uma abordagem mais fluida e curiosa, na qual o processo importa mais do que o resultado. “Ao invés de perseguir um objetivo fixo, desenvolva ciclos de experimentação, onde cada tentativa seja uma oportunidade de crescimento”, recomenda.

 

Reconsiderando a procrastinação e o valor da curiosidade

Em vez de ver a procrastinação como um fracasso, Le Cunff propõe encará-la como um sinal valioso. Ao adotar a ferramenta “Triple Check”, ela sugere verificar se a resistência vem da cabeça (ceticismo sobre a tarefa), do coração (falta de prazer) ou da mão (falta de recursos). Cada origem exige uma solução diferente — repensar a estratégia, tornar a atividade mais prazerosa ou buscar apoio técnico.

 

Assista a íntegra do vídeo em https://www.youtube.com/watch?v=ubMghRYqk8o

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