Bancos brasileiros apostam alto em IA

22 de abril de 2025

por Redação The Shift

Bancos brasileiros apostam alto em IA

O orçamento dos bancos brasileiros destinado à tecnologia, englobando despesas e investimentos, deverá atingir R$ 47,8 bilhões este ano. Um aumento de 13% em relação a 2024, revela a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2025, realizada pela Deloitte. O crescimento do investimento é impulsionado por iniciativas estratégicas para viabilizar uma base tecnológica robusta, especialmente na adoção de IA, GenAI e Cloud. Só em IA e dados, os bancos participantes estimam aumentar seus investimentos em 61% este ano.

A IA vem se consolidando como um dos pilares da nova arquitetura bancária, sendo implementada com governança real, considerações sobre infraestrutura e aplicações práticas. Entre os principais benefícios da IA citados pelos bancos estão redução de custos e ganho de eficiência operacional (74%), o reforço na segurança de dados (63%), melhoria na análise de informações (58%) e personalização de serviços (47%). E é cada vez mais aplicada na personalização de serviços (47%) e na previsão de tendências e comportamentos (37%).

Em resumo, a IA é uma poderosa aliada na automação dos processos, no aprimoramento da antecipação de riscos e na melhoria da experiência do cliente. Entre os bancos que adotaram a IA, há um aumento notável na eficiência, com 38% relatando melhorias superiores a 20% após a implementação. Isso sugere que, embora alguns bancos estejam avançados em sua jornada de IA, muitos continuam no processo de entender todo o potencial dessas tecnologias.

Um número significativo de bancos segue nos estágios iniciais de adoção, com muitos ainda explorando ou testando soluções de IA em vez de implementá-las em grande escala. O que indica um nível de maturidade ainda baixo, embora em evolução gradativa, focada no uso estratégico de Analytics, Machine Learning e IA Generativa.

Em GenAI, os bancos já conseguiram ir além da experimentação. Oito em cada dez incorporam IA Generativa e algum aspecto de suas operações, e reportam ganhos mensuráveis, com um aumento médio de 11,4% na eficiência dos processos. Mas menos da metade (40%) conta com equipes dedicadas à governança, como comitês de supervisão integrados por representantes de vários departamentos avaliando as implicações éticas da tecnologia.

Estruturar diretrizes sólidas e abrangentes para a adoção estratégica e segura de IA é essencial para o futuro das organizações, principalmente devido à ascensão de novas funcionalidades, como os agentes de IA. Os investimentos em infraestrutura e talentos também são fundamentais. Para que a IA atinja todo o seu potencial, oferecendo escalabilidade e flexibilidade, maximizar os investimentos em nuvem e atualizar a infraestrutura de dados são prioridades.

A convergência entre IA e cloud vem permitindo o processamento de grandes volumes de dados em tempo real e automação inteligente (com foco em operação autônoma), eliminando barreiras tradicionais de infraestrutura. Segundo a pesquisa, todos os domínios de negócio foram migrados para a nuvem no último ano em bancos com maiores níveis de maturidade em IA. E 89% das instituições pretendem ampliar os investimentos em cloud em relação ao último ano, enquanto 11% pretendem manter os níveis atuais. Há um ciclo virtuoso se formando: uma infraestrutura de nuvem melhor permite uma IA mais sofisticada, o que cria uma segurança cibernética mais forte e, consequentemente, a confiança do cliente.

Os bancos participantes do estudo também investirão R$ 1,4 bilhão em infraestrutura e soluções tecnológicas que melhorem a experiência de trabalho de seus colaboradores, evidenciando que o investimento em pessoas deixou de ser apenas uma necessidade operacional e passou a ser uma alavanca estratégica. Há também mais recursos previstos para reskiling.

Ainda conforme a pesquisa, em média, 11% dos profissionais dos bancos são da área de TI, sendo as equipes de desenvolvimento, analytics e BI, e infraestrutura as com maior quantidade de profissionais. Entre as profissões mais demandadas estão: desenvolvedores de software, especialistas de segurança da informação e cientistas de dados.

O diferencial competitivo dos bancos continua diretamente ligado à inovação tecnológica e à experiência do cliente. Nesse contexto, a IA e a GenAI têm papel central, com 88% dos bancos explorando seu potencial para inovação e 94% adotando essas tecnologias para aprimorar o atendimento.


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