Brasil no Mapa Global da Inovação

29 de maio de 2025

por Redação The Shift

Brasil no Mapa Global da Inovação

A inovação pode emergir em qualquer lugar, desde que haja um ambiente propício. Isso fica claro no “Global Tech Ecosystem Index 2025”, que mostra como as cidades de São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba estão bem posicionadas para aproveitar a nova onda de inovação global. Ao mapear e analisar 288 cidades em 69 países, o Dealroom aponta onde estão os centros mais consolidados, quais são os ecossistemas emergentes e como se destacar nesse tabuleiro competitivo e dinâmico.

Na categoria “Global Champions”, os mesmos nomes continuam a liderar, mas com nuances importantes. A Baía de São Francisco (Bay Area) permanece, sem surpresa, no topo global, com um valor de mercado de US$ 1,3 trilhão e 246 unicórnios. Na sequência aparecem Nova York, Boston, Paris e Austin, que fecham o Top 5 mundial.

Paris consolidou-se como o maior polo europeu, desbancando Londres, puxada principalmente por investimentos em Inteligência Artificial (IA) e pela força de seus centros universitários, como a Université Paris-Saclay e o Station F, maior hub de startups do mundo.

Na ótica da densidade per capita, alguns centros médios se destacam com índices impressionantes de produtividade e inovação. Cambridge (Reino Unido) é um dos exemplos mais notáveis: com apenas 670 mil habitantes, ostenta um valor de mercado de US$ 187 bilhões e 12 unicórnios, graças à força da Universidade de Cambridge e ao foco em deep tech e segurança cibernética.

O Brasil no mapa global de tecnologia

O Brasil é um dos protagonistas do estudo, figurando com três ecossistemas destacados: São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba.

São Paulo: o maior hub da América Latina. São Paulo lidera isoladamente como o maior ecossistema de tecnologia da América Latina. De acordo com o estudo, a cidade possui:

  • 389 startups de alto impacto
  • Valor de mercado estimado em US$ 385 bilhões
  • Mais de 20 unicórnios

A força do ecossistema paulistano está ancorada na presença das principais aceleradoras, fundos de venture capital, além de universidades como a USP (Universidade de São Paulo) e a FGV (Fundação Getulio Vargas). O ambiente conta com grande diversidade de mercado consumidor – tanto B2B quanto B2C – e pela capacidade de escalar soluções rapidamente.

No entanto, o relatório aponta desafios importantes: a escassez de capital de risco, especialmente para rodadas seed e pré-seed. Além disso, fatores macroeconômicos, como altas taxas de juros, dificultam o acesso a investimentos e empurram capital para ativos menos arriscados.

Belo Horizonte e Curitiba: estrelas emergentes. Belo Horizonte aparece como o ecossistema brasileiro com o maior crescimento relativo, sendo a 4ª estrela emergente global. Seu destaque deve-se, principalmente, à combinação de tradição acadêmica – liderada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) – com políticas públicas de incentivo à inovação, como o San Pedro Valley e iniciativas de smart cities.

Já Curitiba figura como a 6ª estrela emergente mundial, com um crescimento consistente e foco em áreas como sustentabilidade, logística e mobilidade urbana. O ecossistema curitibano é fortalecido por parcerias entre governo, universidades e setor privado, com destaque para programas como o Vale do Pinhão, que estimula o empreendedorismo local.


Veja mais insights do relatório no site da The Shift. E conheça mais sobre o hub de inovação de Cambridge, que faz parte do Novo Palo Alto.


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