Cripto: o céu é o limite... mas tem armadilha no caminho

21 de julho de 2025

Cripto: o céu é o limite... mas tem armadilha no caminho

A boa notícia: as criptomoedas estão superando as ações tradicionais, oferecendo um ROI de 21,72% no 2º trimestre de 2025. A dominância do Bitcoin atingiu 64,9%, uma máxima em 4 anos, que provavelmente aumentará à medida que a criptomoeda ultrapassa margens históricas, como aconteceu nesta segunda-feira, quando o Bitcoin ultrapassou a marca de US$ 123 mil. Os investidores de varejo tendem a preferir altcoins, enquanto investidores institucionais escolhem Bitcoin.

O setor de criptoativos experimentou um aumento impressionante de 753% nas contratações de empresas de criptomoedas, refletindo a expansão da infraestrutura e um crescimento reforçado pela demanda de investidores e políticas favoráveis, principalmente nos Estados Unidos.

O movimento segue a tendência de nova aceleração na criptoeconomiaregistrada no 2° trimestre de 2025: o mercado global de criptomoedas atingiu um valor total de US$ 2,6 trilhões em julho de 2025, segundo o CoinMarketCap, o que representa um crescimento de mais de 100% em relação ao mesmo período de 2023. As stablecoins continuam a liderar a demanda, na esteira do IPO de grande sucesso da Circle, que saltou 168% no primeiro dia. As stablecoins movimentaram US$ 9 trilhões nos primeiros seis meses de 2025, superando o volume do ano inteiro de 2023 (US$ 7,4 trilhões), de acordo com dados da Visa e Circle.

De acordo com dados da 99Bitcoins, 81% das Pequenas e Médias Empresas (PMEs) expressaram interesse em stablecoins. No último ano, o volume de transações com stablecoins ultrapassou US$ 35 trilhões, com 265 milhões de endereços ativos únicos. ETFs de Bitcoin alavancaram o mercado institucional. Os ingressos líquidos do ETF $BTC atingiram US$ 226,7 milhões. Os governos detêm mais de 2,5% da oferta total de Bitcoin e as empresas detêm 5% das participações. ETFs spot de Bitcoin já acumulam mais de US$ 70 bilhões em ativos sob gestão, segundo a Bloomberg.

 

Perfil dos investidores 

A pesquisa99Bitcoins’ Q2 State of Crypto Market Report” mostra que o uso de criptoativos se popularizou entre perfis bem variados de investidores:

  • 69% dos investidores têm entre 25 e 39 anos.
  • 55% são homens e 45% mulheres.
  • 53% dos investidores têm renda de até R$ 5 mil mensais.
  • As principais motivações para o uso são: investimento de longo prazo (42%), diversificação (24%) e uso no dia a dia (19%).

Além disso, 80% acreditam que o uso de criptomoedas será maior no futuro, demonstrando confiança na tecnologia agregada à criptoeconomia.

 

O risco dos golpes de cibercriminosos 

A má notícia? O ambiente da criptoeconomia continua a ser altamente visado por cibercriminosos. Um estudo da Darktrace revela que o setor financeiro descentralizado (DeFi), incluindo exchanges, wallets e plataformas de staking, tem sido alvo de ataques cada vez mais sofisticados.

  • As plataformas de criptoativos estão entre os cinco principais alvos de ataques com IA Generativa, como phishing, fraudes com deepfakes e engenharia social automatizada.
  • A empresa detectou um aumento de 34% nas tentativas de comprometimento de credenciais em plataformas de criptoativos no primeiro semestre de 2025.
  • O uso de deepfake de executivos em vídeos e chamadas falsas cresceu 62% no setor, como parte de ataques BEC (Business Email Compromise) aprimorados por IA.

Essas ameaças se somam aos desafios tradicionais de segurança, como fraudes de pump and dump, rug pulls e ataques de 51% em blockchains menores.

Segundo a Chainalysis, o valor total roubado por hackers em projetos DeFi atingiu US$ 1,7 bilhão em 2024, com destaque para ataques que exploram falhas em contratos inteligentes. Além disso, o relatório “The State of Crypto Scams 2025”, da Elliptic, mostra que 75% das operações de ransomware em 2024 exigiram pagamentos em criptomoedas, totalizando mais de US$ 900 milhões em resgates pagos. O FBI também emitiu um alerta em junho de 2025 sobre o aumento de golpes com aplicativos falsos de investimento em cripto, que já causaram prejuízos de mais de US$ 300 milhões nos EUA desde o início do ano.

Na segunda semana de julho, o Governo Federal emitiu um alerta de que organizações criminosas de tráfico humano estão usando brasileiros atraídos por falsas promessas de emprego no Sudeste Asiático para dar golpes digitais. O Brasil é o 6º país com mais detentores de criptomoedas.


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