Com R$ 1,7 trilhão, Brasil cresce 109,9% no último ano em cripto e lidera América Latina, segundo Chainalysis

06 de outubro de 2025

por Roberta Prescott

Com R$ 1,7 trilhão, Brasil cresce 109,9% no último ano em cripto e lidera América Latina, segundo Chainalysis

Relatório da Chainalysis, empresa global de monitoramento e análise de blockchain, revela um avanço expressivo do mercado brasileiro de criptomoedas. Entre julho de 2024 e junho de 2025, o Brasil movimentou US$ 318,8 bilhões em criptoativos (cerca de R$ 1,7 trilhão), registrando crescimento de 109,9% em relação ao período anterior e reafirmando sua posição de liderança regional.


O capítulo América Latina do 2025 Geography of Cryptocurrency destaca ainda que stablecoins já representam mais de 90% dos fluxos cripto no Brasil, evidenciando seu papel em pagamentos e transferências internacionais. No recorte de compras fiat-cripto com moeda local, o País apresenta o maior crescimento na comparação entre os períodos entre os principais mercados da região.


Argentina (US$ 93,9 bi), México (US$ 71,2 bi), Venezuela (US$ 44,6 bi) e Colômbia (US$ 44,2 bi) completam o ranking regional.


No panorama regional, a América Latina acumulou quase US$ 1,5 trilhão em volume de transações com criptomoedas entre julho de 2022 e junho de 2025, em uma trajetória de crescimento consistente. O período foi marcado por forte expansão: de US$ 20,8 bilhões em julho de 2022 ao recorde de US$ 87,7 bilhões em dezembro de 2024, com diversos meses acima de US$ 60 bilhões no fim de 2024 e início de 2025.


O relatório justifica que essa trajetória reflete não apenas reflete o crescimento da adoção de criptomoedas em todo o setor, mas também o contexto econômico único da América Latina. A tríade de inflação persistente, volatilidade cambial e controles restritivos de capital em diversos países da região continua impulsionando a demanda por stablecoins como reserva segura de valor e proteção contra riscos macroeconômicos locais. Ao mesmo tempo, a posição da região como um dos principais corredores de remessas acelerou a demanda por criptomoedas para facilitar transferências internacionais mais rápidas e baratas.


A região também se destaca pelo predomínio das exchanges centralizadas (CEXs), que concentram 64% da atividade cripto — percentual acima da América do Norte (49%) e da Europa (53%), e atrás apenas do Oriente Médio e Norte da África (66%). Segundo o relatório, plataformas como Mercado Bitcoin (Brasil), Ripio (Argentina), Bitso (México e Colômbia) e SatoshiTango (Argentina) têm desempenhado papel fundamental ao facilitar o acesso de usuários e empresas ao ecossistema cripto.


Com relação ao marco regulatório brasileiro, o relatório relembra a implantação da Lei de Ativos Virtuais, as consultas públicas nº 109, 110 e 111 em 2024 e assinala que o Brasil deve publicar novas regras até o fim de 2025, com o Banco Central do Brasil (BCB) atuando como autoridade para impor medidas e práticas que visam a prevenir e combater tanto a lavagem de dinheiro quanto o financiamento do terrorismo e sendo responsável pela supervisão de provedores de serviços de ativos virtuais (VASPs).
 

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