Em projeto-piloto, Cemig e Prysmian avaliam nova tecnologia de cabo subterrâneo

20 de outubro de 2025

por Roberta Prescott

Em projeto-piloto, Cemig e Prysmian avaliam nova tecnologia de cabo subterrâneo

A Cemig e a fabricante de cabos Prysmian iniciaram um projeto-piloto para avaliar o desempenho de cabo subterrâneo de média tensão. O cabo foi instalado em uma travessia rural de 260 metros, no município de Três Pontas, Sul de Minas, e será monitorado para verificar sua eficiência em campo.


Trata-se de mais um projeto de cooperação entre Cemig e Prysmian no desenvolvimento de soluções inovadoras para o setor elétrico. Além do chamado cabo All Ground, as empresas também trabalham juntas no teste do cabo Green, em uma rede de distribuição da Região Metropolitana de Belo Horizonte.


As redes subterrâneas são uma alternativa importante para reduzir interrupções no fornecimento de energia, especialmente em casos de acidentes com a rede aérea. No entanto, os modelos convencionais ainda apresentam desafios como alto custo de implantação, necessidade de obras complexas e restrições relacionadas ao solo.


Para Roberto Carlos Souza, engenheiro da Cemig, o All Ground pode trazer novas possibilidades para projetos de redes subterrâneas da Cemig e de outras distribuidoras em todo o País.


Segundo a Prysmian, o cabo apresenta vantagens significativas, porque, diferentemente dos modelos convencionais, o All Ground pode ser enterrado diretamente no solo, em profundidades padrões de 0,90 a 1,20m já consolidadas para as redes subterrâneas, sem a necessidade de dutos ou preparações especiais, o que reduz custos e acelera a execução.


Ele também foi projetado para diminuir o atrito e ter maior resistência mecânica provocada pelo contato direto com rochas e pedras, oferecendo até sete vezes maior resistência mecânica do que um cabo tradicional.


A tecnologia pode ser aplicada em diferentes tipos de terreno, inclusive sob estradas vicinais e passagens de veículos. Igor Amaral Delibório, especialista em produtos da Prysmian, aponta que, em áreas rurais, a instalação é especialmente vantajosa em projetos de travessias em locais com árvores de grande porte, evitando desligamentos causados pela queda de galhos ou troncos sobre a rede aérea.

 

Além disso, ele diz que pode evitar, em alguns casos, a necessidade de supressão vegetal para implantação da área de servidão, contribuindo significativamente para a redução do impacto ambiental e reforçando os aspectos de sustentabilidade do projeto.


O cabo utiliza, em sua composição, 20% de polietileno de origem vegetal, proveniente da cana-de-açúcar, reduzindo a dependência de insumos de origens não-renováveis como é o caso do petróleo, gás natural entre outros. De acordo com a Prysmian, cada 10 km de cabo instalado representa a captura e a não emissão de quase 1,8 tonelada de CO2. 
 

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