sobregrupos de trabalhoeventos
publicações
notíciasrevistaswhitepaperscanal abranetmídia
contato
  • Fone (11) 3078-3866
  • WhatsApp +55 11 94528-2739
  • E-mail sec@abranet.org.br
Rua MMDC, 450, cj 304, Butantã, São Paulo-SP, 05510-000
Conheça nosso podcast Pensai!
#005 - Marketing e IA: conversa com Thiago Gonçalves, Country Manager da Blip México
#005 - Marketing e IA: conversa com Thiago Gonçalves, Country Manager ...
01h00/30 abr 2025
/
YouTubeSpotifyInstagram
Copyright © 2014 - 2025
Abranet - Associação Brasileira de Internet
Produzido e gerenciado por Editora Convergência Digital / Site criado pela SENNO
  1. home
  2. publicações
  3. notícias
  4. A IA quer conversar sobre o seu aumento

A IA quer conversar sobre o seu aumento

22 de outubro de 2025

A IA quer conversar sobre o seu aumento

O uso de algoritmos de IA na gestão salarial cresce em todo o mundo. Plataformas de trabalho e departamentos de RH já testam modelos como GPT-4o, Gemini e Claude para recomendar quanto pagar a freelancers e funcionários — em busca de eficiência e justiça. Mas um novo estudo da McGill University, chamado When AI Sets Wages: Biases and Labor Discrimination in Generative Pricing, mostra que o efeito pode ser o oposto: os modelos tendem a inflacionar valores, reforçar desigualdades geográficas e premiar a idade, tudo isso com aparência de neutralidade técnica.

 

Para testar, os pesquisadores alimentaram 60 mil perfis reais de freelancers em oito LLMs. A média cobrada por humanos era de US$ 23,60 por hora. As máquinas sugeriram entre US$ 30 e US$ 46 — um aumento de até 90%. À primeira vista, salários mais altos parecem bons para os freelancers. Na prática, reduzem oportunidades de contratação. Já para os empregadores, criam aumento e imprevisibilidade de custos. A IA aprendeu a precificar o trabalho, mas ainda não a entender o que é justo.

 

Empresas que planejam integrar IA a políticas de remuneração precisarão aplicar a mesma disciplina usada em finanças e segurança cibernética: auditar, versionar e justificar cada decisão automatizada. A IA pode oferecer a base factual — “o modelo sugere X % de aumento considerando performance, tempo desde o último reajuste, mercado” —, mas a validação final e a narrativa da decisão continuam responsabilidade dos gestores, que conhecem a história por trás dos números.

 

Se não forem controlados, os sistemas de IA arriscam reforçar, ou até mesmo ampliar, as desigualdades, em vez de reduzi-las. Treinamento, programação e instruções definem os resultados. A fixação de salários por IA só será mais justa se os modelos forem projetados e governados de modo a reduzir vieses.

 

Os pesquisadores testaram como diferentes abordagens de estímulo afetavam o viés potencial, instruindo os modelos a considerar ou ignorar atributos específicos não relacionados a habilidades, como gênero, localização e idade. Em todas as variações, geraram quase 4 milhões de decisões salariais de IA por meio de consultas à API.

 

Nesse particular, a boa notícia do estudo é que os modelos de plataformas para freelancers testados, como Fiverr, Freelancer.com e Upwork, não reproduziram viés de gênero. Mesmo sob prompts enviesados, não penalizaram mulheres. Só quando instruídos explicitamente a discriminar é que o fizeram.

 

Mas isso está longe de significar neutralidade. Idade e localização continuam a definir remuneração. Um perfil idêntico nos EUA vale US$ 71; nas Filipinas, US$ 33. E um freelancer de 60 anos recebe, em média, 46% a mais que um de 22 anos com as mesmas credenciais.

 

O estudo desmonta a ilusão do “trabalhe de qualquer lugar”. Mesmo sem fronteiras físicas, a IA mantém o mapa do poder econômico global dentro do código. Freelancers de países emergentes são precificados para baixo, enquanto os de mercados ricos continuam recebendo mais.

 

Para empresas globais, isso significa riscos regulatórios e reputacionais: o mesmo algoritmo que ajusta preços também pode ser acusado de discriminação algorítmica internacional — um tema que já aparece em consultas da OECD e da Comissão Europeia.

 

A descoberta mais relevante para lideranças de negócios e de RH é que a governança começa no prompt. Quando os modelos foram instruídos pelos pesquisadores a ignorar a localização, o hiato entre EUA e Filipinas caiu de 106% para 25%. Já o viés de idade permaneceu quase intacto, mesmo sob ordens explícitas.

 

A conclusão dos autores do estudo? Prompts devem ser tratados como artefatos auditáveis, sujeitos a compliance e a revisão externa. O texto de entrada pode determinar se o sistema discrimina ou não — e, portanto, se a empresa viola princípios de equidade.

 

Por que isso importa?  

 

No curto prazo, companhias que usam IA para definir faixas salariais precisam criar camadas de governança TRiSM (Trust, Risk and Security Management): auditorias independentes de prompts, documentação de versões e human-in-the-loop nas decisões de remuneração.

 

No médio prazo, a transparência sobre critérios de precificação deverá ser exigência regulatória. O estudo recomenda que plataformas informem claramente quando e como a IA define salários, permitindo contestação por parte dos trabalhadores.

 

Executivos de RH e CFOs devem ter em mente que, ao mesmo tempo que IA pode ajudar a nivelar o mercado, ela também pode criar um “risco invisível de passivo trabalhista algorítmico”. Sistemas que remuneram com base em dados preditivos (idade, local, “tolerância a baixos pagamentos”) podem violar leis de equal pay for equal work em várias jurisdições.

 

Em outras palavras: o ROI da automação salarial depende do grau de controle sobre o viés. Sem isso, o ganho operacional pode virar custo jurídico.

 

Competitividade sustentável virá de IA auditável, não apenas eficiente. E de humanos conscientes. Por que, vamos combinar, quem, no fundo, é menos justo? Os humanos ou os modelos que criam e usam?

 

 

 

 

Em muitas organizações globais, o trabalho híbrido tornou-se uma característica permanente. As expectativas de equilíbrio entre vida pessoal e profissional estão evoluindo tanto para os funcionários quanto para seus empregadores, moldando continuamente um novo mundo do trabalho. 

 

O Barômetro de Preferências da Força de Trabalho 2025, da JLL, entrevistou 8,7 mil trabalhadores de escritório em 31 países, incluindo o Brasil, empregados em organizações com mais de mil funcionários em setores como finanças, tecnologia, manufatura e serviços públicos. Uma das descobertas mais relevantes é a de que as necessidades de flexibilidade estão mudando para uma gestão de tempo em detrimento do local de trabalho. Embora a maioria dos funcionários reconheça os benefícios de estar no escritório, a maioria aspira ter alguma autonomia sobre suas horas e como conciliar trabalho e vida pessoal. A experiência de trabalho personalizada é agora uma expectativa universal e um facilitador de desempenho.

 

Um salário mais alto continua sendo o principal motivo pelo qual as pessoas procuram um novo emprego, mas o equilíbrio entre vida pessoal e profissional ultrapassou o salário como principal prioridade enquanto estão no mesmo empregador – citado por 65% dos trabalhadores de escritório em todo o mundo, ante 59% em 2022. Mais da metade dos funcionários (57%) quer maior controle sobre quando trabalham, superando a resposta de 41% para aqueles focados em onde trabalham. Mais de um quarto (29%) dos funcionários prestes a deixar seu empregador estão reavaliando completamente o papel do trabalho em suas vidas.

 

 


 

Conteúdo originalmente produzido e publicado por The Shift.
Reprodução autorizada exclusivamente para a Abranet. A reprodução por terceiros, parcial ou integral, não é permitida sem autorização.

leia

também

  • Drex, a moeda digital nacional, teve 500 operações de 11 instituições em 50 dias de piloto

    Drex, a moeda digital nacional, teve 500 operações de 11 instituições em 50 dias de piloto

    13 de setembro de 2023 | Redação da Abranet

    O Banco Central (BC) informou que, em 50 dias de projeto piloto, 500 transações foram bem sucedidas no Drex, a moeda digital brasileira, e 11 instituições operam na rede. Segundo a autoridade monetária, os participantes do programa começaram a ser incorporados à plataforma no fim de julho. De lá para cá, vários tipos de operações têm sido simuladas, tanto no atacado quanto no varejo, disse o BC. De acordo com a autarquia, a primeira emissão de títulos públicos federais na plataforma Drex para fins de simulação foi realizada nessa segunda-feira (11). Cada um dos participantes já habilitados recebeu uma cota da versão para simulação dos títulos públicos e, a partir de então, podem iniciar também a simulação de procedimentos de compra e venda desses títulos entre eles e entres clientes simulados, afirmou. Vários tipos de operações têm sido simuladas tanto no atacado quanto no varejo – como criação de carteiras, emissão e destruição de Drex e transferências simuladas entre bancos e entre clientes. Todos os participantes conectados já realizaram ao menos alguns desses tipos de transações, sendo que cerca de 500 operações foram conduzidas com sucesso. A primeira fase do piloto deve ser encerrada no meio de 2024, com o desenvolvimento ainda de outras facilidades na fase seguinte. A cada semana, um tipo novo de operação é realizado pelas instituições participantes. Todas essas transações são apenas simuladas e se destinam ao teste de infraestrutura básica do Drex, que ainda não conta com a soluções de proteção à privacidade que serão testadas ao longo do Piloto Drex, ressaltou o BC.

    ler mais
  • BC publica cronograma para testes do Pix Automático

    BC publica cronograma para testes do Pix Automático

    04 de setembro de 2024 | Da Redação Abranet

    O Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central publicou nesta quarta, 4/9, uma nova instrução normativa que trata de diferentes aspectos da adesão ao Pix, além de prever a oferta de produtos e serviços adicionais ou facultativos. A norma trata de como os interessados, tenham já ou não autorização do BC para operar, devem fazer para aderirem ao sistema de pagamento instantâneo, as diversas etapas do processo e exigências para a formalização, como o projeto de experiencia do usuário, uso de QR Codes, etc. A autoridade monetária também trata de como instituições autorizadas a funcionar podem oferecer serviços adicionais, se habilitar ao Diretório de Identificadores de Contas Transacionais – DICT, ou serviços de iniciação de pagamentos, saque, por exemplo. Prevê, ainda, que uma instituição já participante do Pix, ou em processo de adesão, poderá apresentar, a qualquer tempo, pedido para ofertar ou consumir funcionalidades, de natureza facultativa, relacionadas ao Pix Automático. Além disso, a IN 511 traz um cronograma relacionado aos testes do Pix Automático: I – instituições que concluíram a etapa homologatória do processo de adesão ao Pix antes de 28 de abril de 2025, inclusive instituições participantes em operação, devem realizar com sucesso os testes entre 28 de abril de 2025 e 6 de junho de 2025; II – instituições que concluíram a etapa homologatória do processo de adesão ao Pix entre 28 de abril de 2025 e 6 de junho de 2025 devem realizar com sucesso os testes no prazo de oito semanas contadas a partir da conclusão com sucesso da etapa homologatória pertinente; III – instituições que não concluírem a etapa homologatória do processo de adesão ao Pix até 6 de junho de 2025 devem concluir os testes do Pix Automático dentro do prazo determinado para a conclusão com sucesso dessa etapa; e IV – instituições participantes em operação que ofertem conta apenas a usuários pessoa jurídica e optem por não ofertar pagamentos via Pix Automático devem encaminhar formulário cadastral indicando dispensa da oferta de Pix Automático até 4 de abril de 2025. Instituições participantes do Pix que estejam obrigadas a ofertar serviços do Pix Automático ou que, de forma facultativa, enviem até 4 de abril de 2025 formulário de atualização cadastral indicando a intenção de oferta de serviços do Pix Automático, devem cumprir os testes entre 28 de abril de 2025 e 6 de junho de 2025.

    ler mais
  • Comitê que vai definir futuro da internet tem dois brasileiros

    Comitê que vai definir futuro da internet tem dois brasileiros

    15 de julho de 2014 | Roberta Prescott

    Passado o evento NetMundial, agora representantes de grupos setoriais trabalham juntos para formar comitê que vai elaborar uma proposta para nortear a migração dos trabalhos da Iana, sigla em inglês para Autoridade para Designação de Números da Internet, para, ao que tudo indica, uma entidade multissetorial.; A IANA é um departamento da ICANN (em português, Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números), cujo controle, até agora, é exercido pela NTIA, agência dos EUA responsável por aconselhar o presidente nos assuntos envolvendo políticas de telecomunicações e de informação.; O atual contrato do governo dos Estados Unidos com a ICANN para gerenciar as funções técnicas de DNS expira em 30 de setembro de 2015, podendo ser estendido por até quatro anos, se a comunidade precisar de mais tempo para desenvolver a proposta de transição. Desde que os Estados Unidos anunciaram sua saída, entidades do mundo todo vêm se organizando para debater como será a feita a transição e quem ficará na coordenação.; Durante o NetMundial, realizado entre 23 e 24 de abril, em São Paulo, o governo dos Estados Unidos se opôs a um modelo multilateral, apontando, entre as condicionantes para a transição, que apoiam o modelo multissetorial (multistakeholder). Os EUA também deixaram claro que não vão aceitar uma proposta de transição que substitua o papel NTIA com uma solução conduzida por algum governo ou uma solução intergovernamental.; O NetMundial foi aclamado por seus participantes por indicar uma série de princípios que devem reger a internet, como a neutralidade de rede, a liberdade de expressão e o direito de acesso. A consolidação destes princípios foi o grande legado, como explicou para a Abranet Vanda Scartezini, representante para a América Latina da ONG PIR. ; ; Cada um dos grupos dos stakeholders, líderes dos principais setores da cada sociedade interessados no tema, elege os participantes que integrarão o comitê, sempre visando ao caráter técnico e não político. No total, cerca de 30 pessoas integrarão o comitê de trabalho cujo objetivo é apresentar uma proposta do que poderia substituir o controle que hoje é da NTIA. Dois brasileiros fazem parte deste comitê: Demi Getschko, do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), e Hartmut Richard Glaser, secretário-executivo do Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br.; A expectativa, explica Vanda Scartezini, é ter alguma proposta no próximo encontro da ICANN, em outubro em Los Angeles. Despois disto, as ideias vão para consulta pública, quando recebem críticas e sugestões, que são compiladas e analisadas. “Esta é a primeira fase de trabalhos. Como é um grupo grande, imagino que eles devam se dividir em subgrupos”, comenta. ; ;

    ler mais