Banco Central endurece regras para fintechs e estima que 500 instituições vão precisar de reforço de capital

04 de novembro de 2025

por Da redação da Abranet

Banco Central endurece regras para fintechs e estima que 500 instituições vão precisar de reforço de capital

O Banco Central (BC) anunciou nesta segunda-feira, 3/11, uma nova rodada de medidas que endurecem as regras para fintechs em meio a um crescimento acelerado que expôs fragilidades nos sistemas financeiro e de pagamentos.  A autoridade monetária fez dois ajustes principais. Um deles aumenta os requerimentos de capital mínimo e patrimônio líquido de instituições reguladas, com mudanças que podem alcançar 500 instituições. O outro tem em vista o encerramento de “contas-bolsão” irregulares.

 

A reação vem após uma sequência de ataques hacker direcionados ao Pix e a episódios que evidenciaram o uso de algumas fintechs para o crime organizado, como foi visto na Operação Carbono Oculto. As medidas foram, no geral, elogiadas por representantes de bancos e fintechs.

 

As exigências de capital vão passar a considerar as atividades exercidas em vez se basear apenas no tipo de instituição - se financeira ou de pagamentos. Essa era uma demanda dos bancos, que viram as fintechs ganhar mercado atuando como instituições de pagamento, com regras mais brandas, mas prestando serviços semelhantes aos deles.

 

O diretor de fiscalização do BC, Ailton de Aquino, afirmou que a mudança “equilibra o jogo da competição no sistema financeiro nacional”. Para ele, a medida é uma demonstração “clara” de que inovação e segurança devem caminhar juntas. Ele reconheceu que as instituições não bancárias serão as mais afetadas.

 

No caso de instituições de pagamento, o requerimento mínimo de capital para começar a operar passou do intervalo de R$ 1 milhão a R$ 9 milhões para a faixa de R$ 9,2 milhões a R$ 32,8 milhões. Para os bancos, o requerimento subiu de R$ 7 milhões a R$ 77 milhões para a faixa R$ 56 milhões e R$ 96 milhões, a depender das atividade exercida.

 

A constatação do Banco Central é que cerca de 500 instituições precisarão de reforço de capital. Esse grupo, de acordo com Aquino, tem requerimentos de R$ 5,2 bilhões atualmente e poderá chegar a R$ 9,1 bilhões em 1º de janeiro de 2028, no fim do período de transição estipulado pela autoridade monetária.

 

“Vivenciamos nos últimos meses situações desagradáveis no sistema financeiro nacional. Isso é um processo evolutivo, mas também uma resposta para isso, reforçou Aquino.

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