Empresas ainda consideram a regulação o maior entrave para o avanço da criptoeconomia

27 de novembro de 2025

por Redação Abranet

Empresas ainda consideram a regulação o maior entrave para o avanço da criptoeconomia

A regulação foi apontada como o maior entrave para o avanço da criptoeconomia por 90% das empresas entrevistadas para um  levantamento da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABcripto), em parceria com a PwC Brasil. O estudo também diz que 80% das companhias apontam as criptomoedas como a tecnologia de maior impacto para seus negócios, enquanto blockchain e tokenização seguem se consolidando como infraestrutura essencial da economia digital. 
 

Além da regulação, apontada como risco principal por 90% das empresas, surgem preocupações com cibersegurança (48%), escassez de profissionais qualificados (47%), fraudes (45%), além de limitações de escalabilidade e integração tecnológica. A consolidação do setor é vista como um processo de médio prazo: 60% acreditam que ocorrerá entre dois e cinco anos.


A nova resolução do Banco Central, publicada em 10 de novembro e com vigência em fevereiro de 2026, estabelece regras de governança, capital mínimo, segregação patrimonial, gestão de riscos e sistemas de controles internos para prestadores de serviços de ativos virtuais (VASPs). A medida é considerada crucial para profissionalizar o setor, reduzir riscos sistêmicos e fortalecer a transparência.


As criptomoedas são a tecnologia mais compreendida pelo mercado, com 73% das empresas declarando domínio técnico alto ou profundo e 97% reconhecendo benefícios claros em aplicações como investimento, liquidez, intermediação e meios de pagamento. Já a tokenização ocupa posição estratégica: 74% das empresas dominam a tecnologia, 73% enxergam aplicações diretas para eficiência operacional, diversificação de investimentos, captação de recursos ou automação de processos financeiros, e 60% acreditam que sua consolidação ocorrerá nos próximos dois a cinco anos.


O blockchain é considerado infraestrutura essencial: 83% das empresas dominam a tecnologia e 77% reconhecem oportunidades de transformação ligadas à sua adoção, enquanto apenas 3% não percebem valor na DLT. Aplicações emergentes como finanças descentralizadas (DeFi) são reconhecidas por 47% das empresas, e NFTs aparecem no radar de 9% delas, com potencial de crescimento conforme padronização técnica e estabilidade regulatória avançarem. 
 

Com relação ao perfil do mercado, do total de empresas analisadas, 53% atuam em serviços financeiros, 23% em tecnologia, 10% em serviços profissionais e os demais segmentos incluem educação, infraestrutura digital, consultorias e provedores de soluções corporativas. Embora predominem empresas do setor financeiro, 63% não possuem licença bancária, evidenciando a presença de novos entrantes inovadores.


Em termos de maturidade, 53% das empresas estão em fase de consolidação, 20% em expansão, 20% no início da operação e 7% desenvolvendo produtos mínimos viáveis (MVPs). Quanto ao porte, 23% são microempresas, 37% pequenas, 13% médias e 17% grandes corporações com mais de 500 colaboradores. O faturamento varia: 30% movimentaram entre R$ 0,5 milhão e R$ 5 milhões em 2024, enquanto 27% superaram R$ 200 milhões. As expectativas de crescimento seguem otimistas: 57% esperam expansão entre 1% e 50%, 23% até 100% e 17% acima de 100%. Quanto ao público-alvo, 50% atendem exclusivamente pessoas jurídicas, 43% atuam com PJ e PF e 7% com foco no varejo.

 

O estudo conclui que a criptoeconomia no Brasil vive um momento de transição: entre a promessa e a consolidação, entre a inovação e a regulação, entre os riscos e as oportunidades.  

Confira o estudo aqui.
 

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