Crescimento das fintechs gera impacto positivo na vida da população, mostra pesquisa encomendada por Abranet e associações

08 de dezembro de 2025

por Redação Abranet

Crescimento das fintechs gera impacto positivo na vida da população, mostra pesquisa encomendada por Abranet e associações

Uma pesquisa encomendada por Abranet (Associação Brasileira de Internet), Zetta (associação que representa empresas do setor financeiro e de meios de pagamentos), ABFintechs (Associação Brasileira de Fintechs) e ABCD (Associação Brasileira de Crédito Digital) mostra que o crescimento das fintechs nos últimos anos gerou um impacto positivo na vida dos brasileiros para 85% dos entrevistados. O estudo foi realizado pela AtlasIntel em outubro, com 2.277 pessoas, reforçando a percepção da importância do papel dessas instituições na transformação do Sistema Financeiro Nacional.

 

A pesquisa também revela a percepção da população sobre o papel das fintechs na inclusão financeira e o setor. Quando questionados sobre o acesso aos serviços financeiros, 84,5% dos entrevistados afirmam que as fintechs promoveram inclusão financeira de forma efetiva. Mais 52,8% dos entrevistados consideram que há pouca ou muito pouca competição no setor financeiro.

 

“O Brasil alcançou um dos mais altos níveis de inclusão financeira de sua história. Para os brasileiros, as fintechs tiveram papel decisivo nesse avanço ao facilitar a entrada de dezenas de milhões de pessoas no sistema financeiro. Além da inclusão, outros benefícios sociais também foram percebidos como bastante relevantes pelos brasileiros, como a redução de tarifas, a diminuição das taxas de juros, a melhoria dos aplicativos e dos serviços e maior transparência na relação com o consumidor final”, diz Eduardo Lopes, presidente da Zetta.

 

A pesquisa confirma a presença relevante das fintechs e bancos digitais no cotidiano dos brasileiros, oferecendo nuances sobre como as mudanças recentes no setor bancário e financeiro estão sendo percebidas e impactando os usuários desses serviços. Há consenso na sociedade a respeito da já conhecida ausência de concorrência no setor, sendo possível identificar um nível de conhecimento relevante em relação aos debates regulatórios atualmente em curso, ressalta Andrei Roman, CEO da AtlasIntel.

 

Para a maioria dos entrevistados, as fintechs ampliaram o crédito, criaram oportunidades de investimento e elevaram a qualidade dos serviços bancários no país. “Brasileiros dizem que é mais difícil resolver problemas financeiros nos bancos tradicionais, ou seja, as fintechs facilitam a vida da população”.

 

“Os resultados reforçam que a inovação digital melhora a vida das pessoas e aumenta a concorrência no mercado financeiro, que ainda é altamente concentrado no Brasil”, é o que diz a Abranet. Para a associação é essencial que o ambiente regulatório continue estimulando esse movimento, garantindo espaço para novos modelos, mais inclusão e serviços financeiros acessíveis para todos.

 

Tributação maior

A pesquisa mostra ainda que 75% das pessoas ouviram falar sobre a possibilidade de aumento da cobrança sobre CSLL para fintechs. E 92% dos entrevistados acreditam que essa alta acabaria sendo repassada aos consumidores. “Considerando que grande parte da base atendida pelas fintechs é formada por brasileiros de menor renda, a medida pode acabar pesando justamente para quem já vive em situação de vulnerabilidade financeira”, reforça Eduardo.

 

Segundo a ABFintechs, “os resultados da pesquisa destacam pontos acompanhados de perto: o avanço das fintechs na ampliação de opções, na redução de barreiras e na melhoria da qualidade dos serviços financeiros no país. Os dados mostram que a expansão dessas soluções digitais é determinante para ampliar oportunidades.” Na visão da associação, é decisivo que a regulação e a legislação continuem evoluindo de forma equilibrada, favorecendo a inovação responsável e levando mais competitividade, inclusão e eficiência ao mercado brasileiro.

 

A maioria defende que regras de tributação diferentes das dos bancos tradicionais são importantes para estimular o crescimento do setor. A tributação efetivamente paga pelas fintechs já é significantemente maior que a dos bancos. Em média, a tributação efetiva sobre a renda das maiores fintechs em 2024 foi de 29,7%, enquanto a dos grandes bancos foi de 12,2%, conforme dados levantados pela Zetta.

 

“Na última década, as fintechs desempenharam um papel determinante para descentralização bancária, redução das taxas de juros e democratização do crédito, transformando o sistema financeiro brasileiro. E, mais do que isso, com seus produtos e serviços inovadores, as empresas do setor conquistaram a confiança da população ao desenvolver ofertas mais alinhadas à sua realidade”, reforça a ABCD. Na visão da entidade, esse movimento permitiu que pessoas e empresas que tradicionalmente enfrentavam desafios em instituições financeiras tradicionais pela primeira vez acessassem soluções adequadas a seu perfil, e os resultados da pesquisa só comprovam esse fato.

 

“Os brasileiros veem pouca concorrência bancária no país”, diz Eduardo. A maioria considera que os grandes bancos mantêm vantagens significativas, com elevado poder de mercado. “Aumentar ainda mais a carga tributária representaria uma penalização para o modelo que mais tem contribuído para a inclusão financeira no Brasil nos últimos 15 anos. É essencial que políticas públicas continuem estimulando a inovação, a digitalização e a concorrência, pilares fundamentais para garantir um sistema financeiro mais justo e eficiente para todos”, complementa.

 

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